Profissão versus Amizade

Por vezes algumas pessoas perguntam: “Deve-se misturar a relação profissional com a amizade? ”

Na minha perspectiva pode-se e deve-se! Se essa amizade for verdadeira e sincera, ela irá aumentar a nossa satisfação profissional, um maior desempenho, expectativas mais claras entre as pessoas e uma maior felicidade no quotidiano.

Ter de trocar ideias, analisar um projecto, etc., irá fazer-se com muito mais prazer. É óbvio que as conversas mais pessoais devem ser deixadas para a hora de almoço, pausa para café ou ainda para o final do dia. Trabalhar num ambiente agradável pode conduzir a obtenção de resultados muito positivos reconhecidos pela entidade patronal. Por consequência iremos ter mais auto-estima, mais satisfação pessoal e ser mais felizes.
No entanto, muita gente ainda pensa que a administração/gestão ideal de uma empresa deve estar ligada somente à produção, deixando de fora a vida pessoal, como se isso fosse possível, porque, que eu sabia, ninguém deixa a sua personalidade em casa quando vai trabalhar, todos nos sentimos e expressamo-nos. O que essas pessoas não pensam é que para se ter um bom desempenho profissional, elas precisam estar bem em todos os aspectos. Mas infelizmente, o número de empresas que não incentivam o desenvolvimento de amizades dentro de seus ambientes é ainda muito superior.

Era bom que as próprias empresas, de vez em quando promovessem convívios não formais livres de metas e objectivos a atingir, de forma a permitir a todos os colaboradores um conhecimento mais aprofundado entre eles, permitir que criam mais afinidades, em que as pessoas possam expressar as outras facetas de sua personalidade e assim aprenderem a conhecerem-se melhor, evitando deste modo, entrar em conflito, porque iremos perceber melhor o seu ponto de vista de acordo com a sua maneira de ser e estar.
Defendo plenamente que um ambiente de trabalho que promova relações interpessoais saudáveis e permita a expressão da identidade de cada pessoa, onde se encontre camaradagem e confiabilidade, tende a ser menos stressante, mais prazeroso e produtivo. No entanto esta mistura da amizade com a vertente profissional, só será realmente benéfica se os envolvidos tiverem maturidade emocional suficiente para não deixarem sobrepor uma à outra. Deve-se estabelecer alguns limites, porque assim os vínculos serão mais transparentes e fortalecidos.

Quando fazemos uma retrospectiva no nosso passado e visualizamos os momentos mais felizes da nossa vida, verificamos que quase sempre estamos rodeados de um amigo (claro que da família também, quando existe um bom relacionamento). Para mim um amigo verdadeiro é aquele que nos apoia, que é leal connosco, que nos respeita, que investe no nosso desenvolvimento, nos ajuda a expandir os nossos horizontes, que nos incentiva, alguém com o qual temos afinidades idênticas ou diferentes mas que nos completa, com quem partilhamos os nossos sonhos, aquele que nos elogia ou nos diz as verdades no momento certo, aquele que nos empresta um ombro para chorar, mas também aquele que nos faz rir, aquele com quem gostamos de conversar sem receio, ter um diálogo sincero e verdadeiro, aconselhar-nos, alguém que não nos cobra nada, que nunca desconfia de nós, alguém de quem temos saudades quando não está por perto, em suma que faz de nós uma pessoa melhor e feliz. Por vezes, nem sempre dizemos aos nossos amigos o quanto eles são importantes para nós… por isso quebrem esse silêncio e digam-lhes!

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