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Após as férias

Posted by Cecília on 11:22
Saber gerir o tempo livre é fundamental para o bem-estar físico e psíquico. Isto porque as férias não são um luxo, mas uma necessidade do organismo. A cultura das sensações roubou o nosso tempo e a nossa capacidade de repousar e relaxar e frequentemente sentimos como se voltássemos ao trabalho ainda mais cansados do que antes de partirmos. Nos dias de hoje, é fundamental saber aproveitar o seu tempo de lazer, abrandar o ritmo e enfrentar com sucesso o regresso à rotina pós-férias.


Esta altura do ano é por eleição a altura preferida de todos. Permite-nos recarregar as energias para a segunda metade do ano. Os que trabalham finalmente podem descansar. As pessoas deslocam-se com um andar mais leve, descontraído e despreocupado. Também se aumenta os cuidados com a aparência.

Existe uma certa despreocupação onde não tem que existir uma obrigatoriedade de horários, onde podemos estar sem pensar em trabalhos, chatices, primeiros-ministros, onde o que interessa apenas é o nosso bem-estar.

Quando essas estão quase a terminarem, só de pensáramos no regresso ao trabalho é stressante.

São cada vez mais os profissionais que no momento do regresso se deparam com sintomas de irritabilidade, perturbações do sono ou disfunções alimentares. É a angústia do regresso a que a ciência já apelidou de síndrome pós-férias.

Estima-se que um em cada três trabalhadores portugueses dos 25 aos 40 anos sofra dificuldades no regresso à vida real e as rotinas profissionais depois das férias. Marta Chelinho, psicóloga da Albenture Portugal, fala de sintomas como a tristeza, o mau humor, a agressividade ou as alterações dos padrões do sono que “sendo cada vez mais rotineiros entre os trabalhadores que experienciam uma reacção adaptativa (por vezes difícil) ao trabalho, preocupam cada vez mais as organizações e provocaram um aumento da procura dos psicólogos e outros especialistas.

Os sintomas do sindroma pós-férias, como a irritabilidade e a falta de sono são por vezes a origem de acidentes rodoviários. O fluxo do trânsito aumenta, os condutores perdem a paciência, outros desconcentram-se, outros ingerem nesta altura do ano mais álcool do que o habitual…e tudo contribui para o aumento da sinistralidade nas nossas estradas.


A Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) alerta os condutores para que tenham “prudência” ao volante durante as deslocações nas férias no âmbito de uma campanha nacional de prevenção rodoviária que foi lançada para este verão.

A campanha “Neste verão, dê férias à velocidade”, a decorrer até 15 de Setembro, envolve todos os Governos Civis e tem como objectivo apelar à prudência dos condutores nas suas deslocações para férias, num período em que a circulação nas estradas aumenta significativamente.

No âmbito da segurança rodoviária, anexo um vídeo que todos deveríamos ver e reflectir sobre o mesmo…






Sugestão de leitura: Parreira, Artur “Gestão do Stress e da Qualidade de Vida Monitor”.

O livro Gestão do Stress e da Qualidade de Vida de Artur Parreira propõe-nos formas de atingirmos o máximo do domínio dos factores de stress que preenchem a vida quotidiana actual.
O livro explora formas eficazes de nos conduzir à adopção de estilos de vida que nos permita gerir os factores potenciadores do sentimento de stress, permitindo obter um maior equilíbrio pessoal.

Uma sugestão adequada àqueles que pretendem identificar-se com um estilo de vida menos permeável ao stress e que pode ser um bom ponto de partida para um regresso ao trabalho menos tenso.

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Musica a Quatro Mãos

Posted by Cecília on 03:14

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As profissões têm sexo

Posted by Cecília on 07:05
Elas são pilotos de aviação, pilotos de corridas, surfistas, motoristas de autocarros, taxistas, mecânicas, ministras, arquitectas, engenheiras…

Eles são empregados de limpeza, educadores, assistentes sociais, assistentes administrativos, caixeiros, manicure, massagistas, modelos…

As profissões têm sexo?

Se mantivermos os valores de INSEE (Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos) ao longo destes últimos anos, a resposta é sim. Segundo a agência, mais da metade das mulheres que trabalham no nosso país estão concentradas na educação (Educadoras, Professoras, Formadoras), na saúde (Enfermeiras), no comércio (Empregadas de balcão…), na Hotelaria (Empregadas de Limpeza…), na indústria (Administrativas e Operárias Fabris), sem esquecer as domésticas.

Entre as profissões menos feminizadas, salienta-se a Politica (Presidente da Republica, 1º Ministro…), a Construção Civil (Empreiteiros, Oficiais, Trolhas…) e áreas técnicas (Electricista, Carpinteiro, Canalizador…), o sector ferroviário (Maquinista, Revisor…), o sector da aviação (Piloto, Co-piloto…), o sector marítimo (Comandante de navios), o sector automóvel (Piloto, Engenheiro Mecânico…) e, por último, o sector militar - forças armadas (Marechal, General, Almirante, Coronel …) e outras áreas da Ordem Pública ( BT, GNR, PJ, PM, PSP,SEF, …), entre outras.

A predominância masculina deve-se principalmente à educação tradicional, onde o “rosa” é para as meninas e o “azul” para meninos…entre muitas outras coisas. Era a mentalidade que predominava e, infelizmente, ainda predomina em meios mais fechados e não só.

Só entre 1974 e 1979, período da instauração e consolidação da democracia portuguesa, as mulheres viram alterar-se a sua condição social em numerosos domínios, como por exemplo, ser-lhes aberto o acesso a todas as carreiras profissionais; ser-lhes alargado o direito ao voto; ser retirado aos maridos os direitos de lhes violar a correspondência e não autorizar a sua saída do país; ser alargada a licença de maternidade para 90 dias (hoje: 5 meses); ser reconhecida constitucionalmente a igualdade entre homens e mulheres em todas as áreas e ser aprovado um novo Código Civil em que desaparece a figura de "chefe de família".

As elites políticas assim o determinaram, o país assim o aceitou…será que assim o aceitou?

Analisando a evolução da sociedade portuguesa a situação das mulheres melhorou e muito, globalmente houve mudanças que devem ser consideradas como altamente positivas para a situação das mulheres, mas em comparação com a situação dos homens, em algumas áreas, ainda existe muita desigualdade de oportunidades (quer no género, no acesso ao emprego, na evolução da carreira, igualdade salarial, articulação vida profissional e vida familiar…).

E até pouco tempo o “trabalho”, na sua grande maioria, era do sexo masculino (em certas áreas ainda perdura). Mas, contudo, a sociedade está a mudar. Senão, vejamos os seguintes exemplos:

Michèle Mouton (nascida no dia 23 de Junho de 1951 em Grasse) foi a primeira e até hoje única mulher a vencer uma etapa do Campeonato Mundial de Rali (WRC), em Sanremo em 1981. Em 1982 após um disputado campeonato ela terminou o ano na segunda posição do WRC, vencendo as etapas de Portugal, Brasil e Acrópole pilotando um Audi Quattro.

Em 1985 ela foi a primeira mulher a vencer a subida de Pike's Peak, famosa corrida realizada nos EUA. No ano de 1986 com o fim do Grupo B (FIA) ela abandonou a carreira no Rali.

É também na Race of Champions Southern Europe Final uma figura chave na organização, com especial destaque como responsável pela pista do evento. O último decorreu no Estádio do Dragão, no Porto.

Michèle Mouton, certamente, é a mulher que obteve o maior sucesso no rali e uma das mais famosas e bem sucedidas mulheres no automobilismo mundial.

No nosso país, destacamos Joana Mascarenhas de Lemos Reymão Nogueira nasceu em Lisboa a 24 de Abril de 1972, é piloto de todo-o-terreno, correu em motos entre 1990 e 1995 e automóveis entre 1996 e 2004. Em 2006 dá mais um importante passo na sua carreira, como organizadora de grandes eventos desportivos.

Francisca Pereira dos Santos, uma jovem portuguesa de 18 anos que é Campeã Nacional de Surf. Inicia a temporada na Austrália (2010), estreando-se numa onda em que compete pela terceira vez.

Apesar do início do ano competitivo se desenrolar tão longe de Portugal, os objectivos são claros e passam por ser a primeira portuguesa a aceder ao WCT em 2011.

Camilla Palmertz et Eva-Lisa Andersson, engenheiras mecânicas suecas que lideraram uma equipe da Volvo composta por 9 mulheres que desenvolveu o modelo YCC en 2004-2005.

Joana Oliveira de apenas 26 anos, engenheira do território, licenciada pelo Instituto Superior Técnico, a mais nova das nove mulheres piloto comercial de aviões da Tap Air Portugal.

O seu percurso como piloto foi conquistado à custa de uma prolongada prova de vontade, disciplina e rigor.

Marta Moreira conquistou, aos 25 anos, em 2007, o primeiro lugar no pódio da “Arescompetition”, um concurso internacional de arquitectos que teve lugar na Grécia. Licenciada em Arquitectura na Universidade Lusófona em Lisboa foi convidada, no final do curso, para fazer parte da equipa de um atelier, em Lisboa, dirigido por um dos seus professores da faculdade e em conjunto trouxeram para Portugal a medalha de ouro.

Na política, entre outras ministras, destacamos Isabel Alçada, a actual Ministra da Educação, 59 anos, escritora, licenciada em Filosofia pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e Mestre em Análise Social da Educação pela Universidade de Boston.

É precisamente na área da educação que está a solução…. Os Professores/Formadores têm um papel fundamental nesta mudança de pensamento. É necessário pôr os nossos jovens a reflectir sobre a igualdade de género, de modo a questionarem-se sobre a situação actual e, assim, quebrar as barreiras do preconceito e conduzi-los à mudança.

Apesar das suas especificidades, Mulheres e Homens podem ter as mesmas aptidões e capacidades numa mesma área.

Vejamos agora profissões com mais predominância feminina, onde os homens também demonstram as suas competências:

Manuel Varela, aos 28 anos, desafiado pela mulher, começou com sucesso a arranjar unhas. Apesar de, inicialmente, ter achado uma ideia "disparatada", por considerar que "não era um trabalho adequado para homens", agora defende-a com orgulho e diz que é a profissão da sua vida.

Quando iniciou o curso de Manicure, Manuel era o único aluno no meio de tantas mulheres. "No início do curso achavam estranho estar lá um homem, mas depois começaram a achar normal e, apesar de gozarem, ajudavam bastante", contou, admitindo também que nunca se sentiu incomodado.

Hoje com 31 anos dá sempre conselhos às suas clientes e admite que a sua cor preferida é o vermelho, porque "fica muito bem nas unhas".

Por outro lado, Henrique Santos, de 37 anos, há 15 que luta contra o instinto maternal das colegas de trabalho, para provar a sua capacidade como educador de infância.

Henrique foi o segundo homem a tirar o curso de Educação de Infância na Escola Superior de Educação de Lisboa, mas continuam a ser poucos os que se aventuram numa carreira ocupada em 97,2% por mulheres.

Há dois anos que Henrique trabalha num jardim-de-infância da rede pública, na Póvoa da Galega, concelho de Mafra, e confessa que nem tudo foi fácil. "Tive sempre de provar e comprovar que as minhas opções pedagógicas tinham alguma razão de ser e que eram coesas, concretas e justificadas", disse.

O educador contou que no início da sua formação as colegas tinham a ideia de que era "favorecido" por ser homem, mas Henrique sempre pensou o contrário e que pagou por não ter o "instinto maternal" da maioria das colegas. Com alguma mágoa recordou os tempos de estudo: "Tive algumas dificuldades e tive momentos no curso em que senti que havia uma espécie de esforço conjunto dos professores para nos empurrarem para fora."

Se Manuel e Henrique se atreveram a entrar em profissões tipicamente femininas, as mulheres também estão a ganhar terreno aos homens em muitas profissões.

Outro fenómeno que surgiu foi o das profissões que inicialmente eram predominantemente femininas e passaram a ser mistas, como é o caso dos professores e enfermeiros. Antigamente, principalmente antes do 25 de Abril, eram mais professoras, sobretudo na primária, e enfermeiras nos hospitais. Hoje observamos que existe praticamente uma misticidade destas profissões.

Outro exemplo, são as profissões que eram totalmente masculinas e onde, na actualidade, já se vê muitas senhoras; é o caso dos cantoneiros e varredores. Hoje em dia é frequente ver senhoras a tratar dos jardins dos nossos municípios e a varrer ou limpar as nossas ruas.

Outro caso, são as abastecedoras de combustíveis, pois já é frequente ver senhoras a abastecer os nossos veículos.

Também não nos podemos esquecer dos Bombeiros onde, felizmente, já se observa muitas senhoras a actuarem.

Conclusão, tanto homens e mulheres mostram que para qualquer profissão o que realmente importa é a aptidão e competências de cada um e não o género… Por isso esperamos que num futuro próximo, todas as profissões sejam mistas!

Referências Bibliográficas

Almeida, João Ferreira de Almeida, António Firmino da Costa e Fernando Luís Machado (1994) "Recomposição Socioprofissional e Novos Protagonismos", in António Reis (coord.), Portugal - 20 Anos de Democracia, Lisboa, Círculo de Leitores, pp. 307-330.

Carapinheiro, Graça e Maria de Lurdes Rodrigues (1998) "Profissões: Protagonismos e Estratégias", in José Manuel Leite Viegas e António Firmino da Costa (orgs.) Portugal, que Modernidade?, Oeiras, Celta, pp. 147-164.

Ferreira, Virgínia (1992) "O Mercado de Trabalho das Mulheres e as Novas Tecnologias de Informação", in Boaventura de Sousa Santos (org.), O Estado, a Ferreira, Virgínia (1993) "Padrões de Segregação das Mulheres no Emprego - Uma Análise do Caso Português no Quadro Europeu", in Boaventura de Sousa Santos (org.), Portugal: Um Retrato Singular, Porto, Afrontamento, pp. 233-260.

Rede de Peritos sobre a Posição das Mulheres no Mercado de Trabalho (1996) Tendências e Perspectivas para o Emprego Feminino nos Anos 90, Lisboa, CISEP.

Rodrigues, Maria de Lurdes (1989) "As mulheres na função empresarial: Problemas e hipóteses", Organizações e Trabalho , 1, 122-134.

Sites consultados:

www.portugal.gov.pt

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